Os carros a álcool já foram preferência dos motoristas, principalmente na década de 80, quando os preços do petróleo estavam lá em cima e o país apresentou o combustível como uma alternativa aos carros movidos a gasolina. Além disso, o etanol é considerado menos poluente se comparado à gasolina, pois se trata de um combustível renovável, pois suas emissões de gás carbônico são neutralizadas pela cana-de-açúcar plantada. Sendo assim, a BemMaisSeguro.com, que concede seguro auto, preparou um texto elucidativo sobre esta queda.
O primeiro carro movido a álcool foi lançado no Brasil, em 1979. Era o Fiat 147, que chegou às concessionárias quatro meses depois que os 16 primeiros postos de combustível passaram a comercializar o etanol. Entre os anos de 1980 e 1990, mais de 70% dos carros produzidos eram a álcool, com as usinas de cana-de-açúcar trabalhando a todo vapor para fornecer o combustível e o custo-benefício para o motorista era considerado vantajoso, já que, naquela época, o etanol estava 50% mais barato que a gasolina, era mais potente e apresentava menor emissão de poluentes, bom também para o meio ambiente, que começava a ser uma preocupação.
O álcool como combustível chegou ao seu ápice em 1986, quando 90% dos carros de passeios produzidos no país eram movidos a álcool!
Apesar da vantagem do preço e preservação do ambiente, com a substituição da gasolina pelo álcool, os automóveis precisaram passar por algumas alterações em seus motores e mudanças na injeção de gasolina, que deveria então ter partida a frio. Além disso, a bomba de combustível e o carburador passaram a ser fabricados com material anticorrosivo. Porém, pouco tempo depois os preços do petróleo no exterior rapidamente começaram a cair e o etanol já não era mais tão vantajoso.
O Brasil, então, se viu com uma enorme frota de carros movidos a álcool sem combustível, o que prejudicou a credibilidade do produto, fazendo o consumo cair consideravelmente.
Apesar da recuperação do petróleo, ainda havia a questão das grandes quantidades de gás carbônico emitidas pela gasolina, e o país já era pioneiro na produção de cana-de-açúcar e do etanol. Graças aos avanços tecnológicos, no início dos anos 2000 iniciou-se a produção dos automóveis com motores bicombustíveis, mais conhecidos como carros flex.
Esses motores são capazes de abrigar os dois tipos de combustíveis, já que são fabricados com ligas especiais que aumentam sua resistência e durabilidade, permitindo a lubrificação do motor. Assim, os proprietários de um automóvel flex não têm a necessidade de intercalar os dois combustíveis para que o motor funcione corretamente, mas sim optar pela melhor opção para o trajeto e para o bolso.
A produção dos carros flex aumentou, e o consumo de etanol no país novamente subiu.
O álcool traz maior potência ao motor, no entanto a gasolina é cerca de 30% mais econômica. Isto faz com que o etanol tenha que custar no máximo 70% o valor da gasolina para não pesar no bolso do consumidor. Apesar de ser mais conhecido como produto derivado do refinamento da cana-de-açúcar, o etanol pode ser fabricado a partir do milho, da beterraba, da mandioca e até da madeira. A tecnologia da produção também é simples, facilitando o aumento da produção, o que possibilita ao Brasil ter relativa independência frente ao mercado de petróleo internacional.
Como o etanol é um produto agrícola, ele é mais suscetível a uma variação de preços por causa do clima que afeta a produção e também devido a colheita da cana-de-açúcar, a períodos de safra e entressafra, além da influência do preço do petróleo, que é dado como referência. Por isso, é importante que o motorista que vai abastecer fique atento às variações para poder realizar a melhor escolha e ajudar também na diminuição de poluentes na atmosfera.
Preço do etanol cai recentemente devido à nova safra de cana
Para quem tem automóvel 100% álcool, o baixo preço é garantia de economia. Atualmente o valor do etanol caiu 17,04% nas usinas devido à nova safra de cana-de-açúcar. No entanto, para os consumidores o valor será reduzido em apenas 2,89%, pelo menos por enquanto. Isto porque, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Goiás, as distribuidoras compram em leilão para vender o produto em 20 dias, o que atrasa a queda do valor nas bombas de combustível de todo o país.
Segundo a Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), a expectativa é a de que os preços do etanol caiam ainda mais, principalmente para o consumidor final, devido ao avanço bem-sucedido da safra e, consequentemente, da oferta.
Isto tornará novamente o álcool mais vantajoso em termos de valor, quando comparado à gasolina. A Biosul aponta, ainda, que a safra colhida este ano nos Estados de Mato Grosso do Sul é 12,99% maior que o registrado na temporada passada. Além disso, a qualidade do produto está melhor e os empresários deverão apostar na produção da cana para abastecer o país, o que demonstra que o preço do etanol tende a cair mais.
Em São Paulo, considerado o principal Estado consumidor e produtor, o preço do álcool caiu 4,07%, com o preço do litro a R$ 2,403. No período de um mês a desvalorização foi de 12,43%. Já nos estados do Paraná e Rio de Janeiro, também houve desvalorizações expressivas de 2,33% e 2,07% respectivamente.
Com os preços do etanol novamente competitivos frente à gasolina e a expectativa de que a safra siga crescendo, os proprietários dos veículos 100% a álcool e os de motor flex poderão voltar a economizar e contribuir para a diminuição de poluentes, uma atitude limpa e econômica.
