A obesidade (e os distúrbios alimentares em geral) são sem qualquer sombra de dúvida o flagelo do século XXI. Numa época em que tanto se fala de uma alimentação saudável a obesidade ainda é uma doença que afeta quase 2,5 biliões de pessoas, ou seja, quase 30% da população mundial.
Nesta matéria vamos explicar-lhe tudo o que necessita saber sobre este tema.
O que é a obesidade?
A obesidade é uma condição médica na qual se verifica acumulação de tecido adiposo em excesso ao ponto de poder ter impacto negativo na saúde, o que leva à redução da esperança de vida e/ou aumento dos problemas de saúde. Uma pessoa é considerada obesa quando o seu índice de massa corporal (IMC) é superior a 30 kg/m2. Este valor é obtido dividindo o peso da pessoa pelo quadrado da sua altura.
A obesidade aumenta a probabilidade da ocorrência de várias doenças, em particular de doenças cardiovasculares, diabetes do tipo 2, apneia de sono, alguns tipos de câncer e osteoartrite (entre outras doenças).
A qualidade da dieta pode ser melhorada reduzindo o consumo de alimentos ricos em calorias, tais como os que têm grande quantidade de gordura e açúcar, e aumentando a ingestão de fibra dietética. Pode também ser administrada medicação anti-obesidade para reduzir o apetite ou diminuir a absorção de gordura.
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Quando a dieta, o exercício e a medicação não demonstram ser eficazes para o “tratamento” da obesidade, pode ser considerada a aplicação de uma banda gástrica ou uma cirurgia barátrica para reduzir o volume do estômago.
A obesidade é uma das principais causas de morte evitáveis em todo o mundo, com taxas de prevalência cada vez maiores em adultos e em crianças.
No Brasil, segundo um estudo realizado, cerca de 52,5% dos homens com mais de 20 anos e 58,4% das mulheres da mesma faixa etária apresentam sobrepeso ou obesidade. Entre os garotos com menos de 20 anos, essa parcela é de 22,1%. Entre as garotas, o índice é de 24,3%. O Brasil fica acima da média global de obesidade, mas abaixo de países como Estados Unidos, Reino Unido, México e Bolívia.
Quais as principais causas da obesidade?
Embora a principal causa da obesidade seja de facto a alimentação desregrada, existem muitas outras causas que podem estar associadas a esta patologia. Ora veja:
1 – Dieta
Existe uma relação entre o consumo de energia total e a obesidade. A maior parte da energia consumida em excesso tem origem no aumento do consumo de carboidratos, e não no consumo de gordura. As principais fontes destes hidratos de carbono (carboidratos) em excesso são os refrigerantes, batatas fritas, gorduras… O seu consumo excessivo está a contribuir para a subida dos índices de obesidade. À medida que as sociedades se tornam cada vez mais consumidoras de dietas hipercalóricas, fast-food e refeições de grandes porções, a ligação entre o consumo de fast-food e a obesidade torna-se mais evidente.
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2 – Estilo de Vida sedentário
A população em geral tem cada vez mais um estilo de vida sedentário, e este desempenha um papel significativo na obesidade. A OMS refere que entre a população mundial se verifica um declínio das atividades recreativas ativas e que, atualmente, cerca de 30% da população mundial não realiza qualquer tipo de exercício físico.
Esta questão está relacionada com a tendência de evolução para condições de trabalho que exigem cada vez menos esforço físico, ao aumento da utilização de transportes mecanizados e à maior prevalência de tecnologia residencial. No caso das crianças, o declínio na quantidade de atividade física deve-se também à diminuição na quantidade de percursos feitos a pé e à inexistência de esportes escolares.
O fato de nos dias de hoje tanto os adultos como as crianças passarem demasiado tempo em frente ao televisor é também um grande risco para o aumento da obesidade, pois estão expostos durante mais tempo aos comerciais (que esta provado que influenciam a decisão de compra de um determinado produto).
3 – Genética
Tal como em muitas outras condições médicas, a obesidade é o resultado da interação entre fatores genéticos e ambientais. Perante fatores ambientais idênticos, o risco de obesidade é maior nas pessoas com predisposição genética para a doença. Esta predisposição genética tem origem em vários genes que controlam o apetite e o metabolismo.
4 – Determinantes sociais
Embora a influência genética seja importante para a compreensão da obesidade, por si só não explica o aumento dramático da incidência em determinados países ou à escala global. Existem diversas atitudes sociais que aparentam aumentar o risco de obesidade, como o estresse, a discriminação, a classe socioeconômica, o tabagismo, o número de filhos, e a urbanização.
A correlação entre a classe social e o IMC varia consoante a região do mundo. Em países desenvolvidos, o grupo com menor probabilidade de obesidade são as mulheres das classes superiores. Por outro lado, nos países em desenvolvimento os homens, mulheres e crianças das classes sociais superiores são os que apresentam as maiores taxas de obesidade. No entanto, devido aos efeitos da globalização, as diferenças têm-se vindo a atenuar.
5 – Outras doenças
Algumas doenças físicas e mentais, e os fármacos usados no seu tratamento, podem aumentar o risco de obesidade. Entre as doenças que aumentam o risco desta doença estão diversas síndromes genéticas raras e algumas condições congênitas ou adquiridas, como o hipotiroidismo, síndrome de Cushing ou deficiência de hormona do crescimento, e transtornos alimentares.
6 – Uso de fármacos
Alguns medicamentos podem provocar aumento de peso ou alterações na composição do corpo, como a insulina, anti psicóticos atípicos, antidepressivos, glucocorticoides, alguns antidepressivos e algumas formas de contracepção hormonal.
Consequências da Obesidade
A obesidade já e considerada pela Organização Mundial de Saúde como uma doença, e como uma epidemia. Embora por si só, na grande maioria das vezes a obesidade não seja causa de morte (com exceção dos casos de obesidade mórbida), ela tem um efeito potenciador no desenvolvimento de um grande número de doenças do foro psíquico e físico.
Das muitas patologias que podem surgir, salientamos as seguintes:
- Doenças cardiovasculares – hipertensão, insuficiência cardíaca, arteriosclerose;
- Doenças do metabolismo – diabetes, gota, tolerância á glicose;
- Doenças respiratórias – insuficiência respiratória, asma fadiga, apneia (ressonar), embolismo pulmonar;
- Aparelho urinário e reprodutor – infertilidade, impotência, incontinência, carcinoma da mama e da próstata;
- Doenças gastro – intestinais;
- Dores nas costas, hérnias, enjoos e sensação de desequilíbrio;
- Discriminação e isolamento social;
- Depressão, fraca auto-estima, ausência de objetivos.
Mitos e verdades sobre a obesidade
1 – Quem tem excesso de peso é considerado obeso – MITO
Nem sempre. A obesidade pode ser definida como o excesso de peso devido a gordura. A classificação da obesidade é feita levando-se em conta o IMC (índice de massa corporal), sendo normal em homens, até 25. Um atleta com boa massa muscular com altura de 1,81 m e peso de 99 kg, terá um IMC de 30,2. Neste caso ele será considerado obeso grau 1, porém o seu excesso de peso é devido à sua musculatura.
2 – O IMC classifica o tipo e grau de risco da obesidade – VERDADE
O IMC é obtido dividindo-se o Peso (em quilogramas) pela Altura (em metros) ao quadrado. Assim temos a seguinte classificação de acordo com o IMC:
- IMC de 18 a 24,9 – normal
- IMC de 25 a 29,9 – risco moderado – sobrepeso
- IMC de 30 a 34,9 – risco alto – obesidade grau I
- IMC de 35 a 39,9 – risco muito alto – obesidade grau II
- IMC de 40 ou mais – risco extremo – obesidade grau III (mórbida)
3 – As probabilidades de obesidade são maiores se os pais forem obesos – VERDADE
O fator genético é muito importante no desenvolvimento da obesidade. Se um dos pais for obeso, o filho tem 40% a mais de probabilidade de também ser obeso. Caso os dois genitores sejam obesos a probabilidade aumenta para 70%. No caso de pais sem excesso de peso, a criança tem 9% a 10% de hipótese de se tornar obesa.
4 – A maioria dos casos de obesidade está relacionada com problemas das glândulas endócrinas – MITO
Diferente do que a maioria das pessoas pensa, as causas hormonais são responsáveis por menos de 5% dos casos de obesidades. A glândula mais relacionada com a obesidade é a tiroide e muitas pessoas submetem-se a tratamentos com hormônios tiroidianos na esperança de emagrecer. A verdade é que no caso de diminuição no funcionamento da tiroide, o hipotireoidismo, ocorre um metabolismo mais lento e no final das contas haverá até uma diminuição do apetite. Dificilmente uma pessoa com hipotireoidismo de fato será um verdadeiro obeso.
5 – Qualquer tipo de obesidade tem o mesmo risco para a saúde – MITO
Os riscos para a saúde estão relacionados com o grau da obesidade (quanto mais intensa a obesidade maior será o risco) e com a distribuição da gordura pelo corpo.
Nos casos de obesidade central (ocorre acúmulo de gordura principalmente no tórax e na barriga) a chance de diabetes, hipertensão, colesterol elevado, problemas cardíacos é muito maior do que na chamada obesidade periférica (acúmulo de gordura nos membros e nas nádegas). A obesidade central é mais comum nos homens e a periférica nas mulheres.
6 – A prática de exercícios físicos é fundamental em um programa de emagrecimento – VERDADE
Combinar uma dieta de emagrecimento bem orientada por um profissional com uma atividade física é o ideal para quem quer reduzir o peso.
Os exercícios aumentam o gasto calórico e também melhoram todo o funcionamento do organismo, além de ajudar a controlar a pressão arterial. Só como ilustração, uma hora de caminhada em velocidade moderada provoca perda de 300 calorias (um hambúrguer tem essa quantidade em média).
7 – Os chamados moderadores de apetite podem auxiliar no tratamento da obesidade – VERDADE
Além da dieta e dos exercícios físicos, muitas vezes são usados os moderadores do
apetite. Eles são basicamente de dois tipos: os inibidores da fome e aqueles provocam uma sensação de saciedade. Os dois tipos podem provocar efeitos colaterais importantes como boca seca, irritabilidade, nervosismo, insônia, batedeira no coração, redução do apetite sexual.
8 – Medicamentos diuréticos, laxantes e injeções de enzimas são importantes no tratamento da obesidade – MITO
Ao tomar medicação diurética, o obeso perde água e sais minerais e consequentemente pode perder peso, mas não necessariamente emagrece. Essa perda pode acabar desidratando o indivíduo com consequências muitas vezes graves.
O uso de laxantes também pode levar a perda de minerais e até causar irritação da mucosa intestinal. As enzimas são comprovadamente ineficazes.
Que tipo de alimentação deve ter para combater este problema
Quando se luta contra a obesidade ou excesso de peso, além do exercício, a alimentação é bastante importante. Vamos te dar algumas dicas de alimentação que você deve ter em conta se está a tentar perder peso e ter uma vida mais saudável.
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- Evite dietas milagrosas em que há uma grande eliminação de peso em um curto período de tempo.
- Não faça uma alimentação baseada em um único tipo de alimento ou nutriente.
- Mesmo tendo exagerado nos dias anteriores, faça, pelo menos, 5 refeições por dia.
- Pequenos lanches entre as refeições principais irão evitar a vontade de devorar o primeiro prato que encontrar pela frente.
- Não belisque entre as refeições.
- Esqueça dos snacks (salgadinhos) e da bolacha recheada.
- Deixe na gaveta do escritório barrinha de cereais, bolacha integral (ingira, no máximo, 3 unidades).
- Frutas e iogurtes light são excelentes lanches.
- Se tiver vontade de comer um doce, coma-o. Mas lembre-se: somente um pedaço ou unidade. Isso é melhor do que devorar uma caixa de bombom no final do dia.
- Comece sempre a refeição com um caprichado prato de saladas.
- Evite o uso de óleos para temperar as saladas. Use vinagre ou suco de limão.
- Macarrão é permitido, mas cuidado com o molho.
- Molho branco, quatro queijos, bolonhesa são muito mais calóricos quando comparados com o ao sugo. Portanto, não abuse!
- Não repita a refeição.
- Evite beber refrigerantes, mesmo os light ou diet.
- Evite água gaseificada. Bebidas com gás dilatam o estômago dando uma falsa sensação de saciedade.
- Bebidas isotônicas devem ser evitadas. São calóricas e, para não atletas, a água ainda é o melhor hidratante.
- Prefira sucos naturais.
- Utilize adoçante nos sucos e no cafezinho.
- Beba, no máximo, 4 xícaras pequenas de café por dia.
- Ingira bastante água durante o dia. No mínimo, 1,5 litro ou 8 copos.
- Leve sempre uma barrinha de cereais na bolsa. Quando bater aquela vontade de comer alguma coisa, você já sabe a que recorrer.
- Ingira legumes todos os dias.
- Coma pelo menos 2 frutas diariamente.
- Prefira ameixa, melancia, melão, morango que são menos calóricas.
Esperamos que com esta matéria você tenha fico a entender melhor o que é a obesidade e quais as implicações desta doença para a sua vida. Comece hoje a tratar de você e se for o caso disso consulte um especialista que ele vai-te ajudar a encontrar o rumo.
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A obesidade pode acarretar em sérios problemas dentre eles a impotência sexual