Quem inventou a bateria de smartphone?

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Você já ouviu falar em John Goodenough? É bem provável que a sua resposta seja não. Entretanto, basta dar uma olhada no seu bolso para encontrar um item, a bateria de smartphone, que hoje você está usando graças a ele. John simplesmente é considerado o criador das baterias de íon de lítio, aquelas que estão dentro do smartphone que você utiliza.

Sua criação surgiu na década de 80, mas somente em 1991 ela veio ao mundo para uso comercial. Desde então, os equipamentos que contam com baterias de íon de lítio se multiplicaram aos milhares e hoje é praticamente impossível pensar o mundo como conhecemos sem elas. Apesar de tamanha importância, John ainda não obteve o reconhecimento merecido.

O início da carreira

John Bannister Goodenough nasceu na cidade de Jena, na Alemanha, em 25 de julho de 1922, mas desde cedo se mudou para os Estados Unidos. Na América ele se tornou bacharel em Matemática pela Universidade de Yale, em 1944 – portanto com 22 anos. Depois de concluir seus estudos iniciais, John serviu o país na Segunda Guerra Mundial. De volta, completou um PhD em Física na Universidade de Chicago, em 1952.

Em seguida, passou a atuar como pesquisador no Lincoln Laboratory, do MIT, uma das instituições de ensino mais respeitadas do mundo. Nessa época ele fez parte de uma equipe que estava responsável por desenvolver as Memórias de Acesso Aleatório (“RAM”, sigla em inglês para Random Access Memory). Hoje elas são encontradas em celulares, tablets, notebooks e computadores.

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Seus esforços nesse projeto levaram ele a desenvolver conceitos de Ordenação Orbital Cooperativa, que posteriormente ficou conhecida como “Distorção de Jahn-Teller”, em materiais óxidos. Essas iniciativas também contribuíram para as origens das “Regras de Goodenough-Kanamori”, também conhecidas no meio da Física.

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Uma invenção que mudaria o mundo: bateria de smartphone

John Goodenough continuou a sua carreira, nas décadas de 70 e 80 como chefe do Laboratório de Química Inorgânica da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Foi lá que ele identificou e concebeu o modelo LiCoO² como material de escolha para o cátodo das baterias recarregáveis de Lítio-Íon, que hoje estão presentes em praticamente todos os dispositivos portáteis.

Embora essa descoberta tenha se dado na década de 80, foi somente em 1991 que a Sony tornou essa tecnologia comercial em seus produtos. John, felizmente, foi creditado e identificado como o responsável pela tecnologia, tendo recebido até mesmo um prêmio em 2001, no Japão, por conta da sua descoberta.

Muitas distinções ao longo da carreira

A lista de contribuições de John para o campo científico é imensa. Ele é apontado como o autor de mais de 550 artigos científicos, 85 capítulos de livros e análises de casos. Desses, destacam-se dois trabalhos: Magnetism and the Chemical Bond (1963) e Les Oxydes des metaux in transition (1973).

Ele também foi condecorado com a medalha presidencial, a honraria máxima do governo norte-americano, e recebeu um prêmio no valor de US$ 375 mil por suas contribuições à ciência. A Medalha Nacional de Ciências e a eleição como membro da Royal Society são outras duas distinções que o colocam entre os nomes mais importantes da história do desenvolvimento científico.

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A lista de prêmios e menções honrosas recebidas em sua carreira é extensa e ultrapassa as centenas de menções. Contudo, ainda assim, o nome de John não chegou a se tornar conhecido do grande público.

Em busca de um prêmio Nobel

Há quem diga que por conta da invenção da bateria de smartphone, John Goodenough deveria receber ainda em vida um Prêmio Nobel. De fato, a comunidade científica se uniu em outubro deste ano para celebrar o aniversário de 25 anos da existência comercial das baterias de íons de lítio.

Contudo, a Royal Swedish Academy of Sciences, responsável por conceder essa honraria declinou a proposta, indicando outros cientistas para receberem o prêmio neste ano. Na mesma semana, John proferiu um discurso na cidade de Honolulu, no Hawaii, incansável e no auge dos seus 94 anos, sobre suas últimas pesquisas em ânodos de lítio metálico.

94 anos e ainda na ativa

Se engana quem imagina que aos 94 anos de idade John Goodenough já está aposentado ou vivendo apenas dos louros de suas descobertas do passado. Atualmente ele ainda trabalha como pesquisador na Universidade do Texas, na cidade de Austin, e em seus trabalhos ele ainda busca encontrar outra tecnologia que possa revolucionar as baterias como conhecemos.

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Após a negativa do Prêmio Nobel, em outubro deste ano, a comunidade científica internacional reagiu não desmerecendo os vencedores, mas apontando o fato de que se ele tivesse sido o escolhido incluiria mais um recorde à sua vitoriosa carreira: o da pessoa mais velha a receber tal honraria.

“Me deu uma comichão por ele não ter sido o escolhido. Esse me parece o ano ideal para que ele tivesse ganho esse prêmio”, destacou Venkat Srinivasan, um dos responsáveis pelo Lawrence Berkeley National Laboratory. “Eu acredito que máquinas moleculares são realmente legais, mas como isso pode ser comparado a uma tecnologia que mudou o mundo e ainda vai mudar completamente o jeito que geramos e usamos energia”, completou.

O Prêmio Nobel de Química de 2016 foi dado para três pesquisadores: Fraser Stoddart, da Northwestern University, Ben Feringa, da University of Groningen, e Jean-Pierre Sauvage, da University of Strasbourg. Juntos eles “desenharam e sintetizaram as máquinas moleculares”.

Fonte: BemMaisSeguro.com

1 Comentário
  1. Esse cara nem imagina que o smartphone se tornaria uma febre um dia. Até minha vó tem um. kkk

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