Muitas categorias de profissionais estão se perguntando sobre o dissídio 2025. Afinal, esse é um reajuste que pode fazer muita diferença no bolso e na vida dos trabalhadores.
Pensando nisso, hoje trouxemos um guia completo com tudo o que já se sabe sobre esse assunto, dicas e informações que todo trabalhador deve saber. Então, leia até o final e não deixe passar nada importante.
O que é dissídio e como ele funciona?
Dissídio é um termo usado para se referir ao reajuste salarial dos trabalhadores de determinada categoria profissional. Na prática, ele acontece quando há uma negociação entre sindicatos e empresas para definir um novo valor de salário, geralmente considerando a inflação do período e outras condições econômicas.
Existem dois tipos principais de dissídio: o coletivo e o individual. O dissídio coletivo é o mais comum e ocorre quando um sindicato representa um grupo de trabalhadores e negocia com os empregadores um reajuste salarial para toda a categoria. Já o dissídio individual acontece quando um único trabalhador entra com uma ação judicial contra a empresa para reivindicar um reajuste salarial ou algum outro direito relacionado ao seu contrato de trabalho.
Por sua vez, o reajuste salarial pode ser definido de duas formas: por acordo coletivo ou convenção coletiva. No acordo, a negociação ocorre entre a empresa e o sindicato dos trabalhadores. Já na convenção, a negociação envolve um sindicato patronal (que representa as empresas do setor) e o sindicato dos trabalhadores.
De qualquer forma, se não houver consenso, o caso pode ser levado à Justiça do Trabalho, e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) pode decidir sobre o reajuste.
Quem tem direito ao dissídio salarial?
O direito ao dissídio salarial depende de alguns fatores, como a categoria profissional, a existência de um sindicato representando os trabalhadores e o tipo de vínculo empregatício. De modo geral, os principais beneficiados pelo dissídio são os trabalhadores com carteira assinada (CLT), que pertencem a uma categoria regulamentada por um sindicato ativo.
Assim sendo, se a sua categoria tem um sindicato que negocia reajustes salariais anualmente, é bem provável que você tenha direito ao dissídio. Isso porque os sindicatos representam os interesses dos trabalhadores e negociam com as empresas ou sindicatos patronais para garantir aumentos que, pelo menos, acompanhem a inflação do período.
Por outro lado, nem todos os trabalhadores recebem o dissídio automaticamente. Profissionais que não são sindicalizados podem ser beneficiados, desde que a convenção coletiva da categoria determine o reajuste para todos, independentemente da filiação ao sindicato. Já trabalhadores autônomos, freelancers, MEIs e PJ não têm direito ao dissídio, pois não possuem vínculo empregatício formal.
Os servidores públicos também não entram na regra do dissídio tradicional, já que seus reajustes salariais dependem de leis específicas e decisões do governo. No caso deles, qualquer aumento precisa de aprovação por meio de projetos de lei ou medidas provisórias.
Além disso, vale lembrar que algumas empresas concedem aumentos salariais independentes das negociações sindicais, aplicando reajustes internos que podem ser até maiores que o percentual negociado pelo sindicato.
Como saber se minha categoria teve dissídio em 2025?
Para descobrir se sua categoria teve ou terá dissídio em 2025, o primeiro passo é consultar o sindicato da sua categoria profissional. Afinal, os sindicatos são responsáveis por negociar os reajustes salariais com as empresas e costumam divulgar essas informações em seus sites, redes sociais e canais oficiais.
Outra forma de verificar o dissídio é analisar o seu holerite. Se houve reajuste no salário base no mês em que o dissídio foi definido, isso indica que a empresa aplicou o aumento. Caso tenha dúvidas, o setor de RH da empresa também pode esclarecer se o dissídio foi concedido e qual o percentual de reajuste.
Além disso, o Diário Oficial do seu estado ou município pode trazer registros das convenções coletivas firmadas. Se a negociação foi levada à Justiça do Trabalho, é possível conferir no site do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da sua região.
Se seu salário não foi reajustado e sua categoria teve dissídio, você pode cobrar a empresa ou buscar orientação com o sindicato.
Qual foi o percentual de reajuste do dissídio 2025?
O percentual de reajuste do dissídio em 2025 varia conforme a categoria profissional e os resultados das negociações coletivas entre sindicatos e empregadores. Por exemplo, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Refeições Coletivas do Paraná (SINTERC Paraná) concluiu suas negociações com um reajuste salarial de 7,5%, que inclui a reposição da inflação e um ganho real para os trabalhadores.
Aliás, de acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 2024, 85% das negociações coletivas resultaram em aumentos salariais acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Isso indica uma tendência positiva nas negociações salariais, e reflete o crescimento econômico e políticas de valorização do salário mínimo.
No entanto, nem todas as categorias concluíram suas negociações. A data exata para a definição do dissídio depende das particularidades de cada setor e das respectivas datas-base. É comum que as discussões iniciem no começo do ano, com o objetivo de chegar a um acordo nos primeiros meses.
Por isso, para obter informações precisas sobre o dissídio da sua categoria em 2025, o ideal é acompanhar as comunicações oficiais do seu sindicato ou consultar o departamento de recursos humanos da sua empresa.
Para saber o percentual exato de reajuste aplicado à sua categoria em 2025, é fundamental consultar o sindicato representativo ou verificar as convenções coletivas específicas. Isso porque as negociações podem variar conforme o setor e a região, o que resulta em percentuais de reajuste distintos.
O que fazer se minha empresa não aplicar o dissídio?
Se a sua empresa não aplicou o dissídio salarial, o primeiro passo é verificar se a sua categoria realmente teve reajuste em 2025. Para isso, consulte o sindicato da sua categoria ou o site do Ministério do Trabalho, onde costumam ser divulgadas as convenções coletivas firmadas.
Caso o dissídio tenha sido aprovado e a empresa não o tenha aplicado, converse com o departamento de RH para entender se houve um erro ou atraso no pagamento. Algumas empresas demoram a atualizar a folha salarial, mas são obrigadas a pagar os valores retroativos à data-base.
Se a empresa se recusar a conceder o reajuste, você pode procurar o sindicato para orientação e, se necessário, registrar uma denúncia no Ministério do Trabalho ou ingressar com uma ação na Justiça do Trabalho. Isso porque a Justiça pode obrigar a empresa a pagar os valores devidos e até mesmo aplicar penalidades.
Dissídio é a mesma coisa que aumento salarial?
Não, dissídio e aumento salarial não são a mesma coisa, embora ambos tenham relação com o reajuste dos salários.
O dissídio ocorre quando há uma negociação coletiva entre sindicatos e empregadores para reajustar os salários de uma categoria profissional. Esse reajuste geralmente leva em conta a inflação do período e pode se estabelecer por acordo ou convenção coletiva. Quando não há consenso entre as partes, a questão pode ir parar na Justiça do Trabalho, que define o percentual do aumento.
Já o aumento salarial pode ser concedido pela empresa de forma voluntária, independentemente de negociações sindicais. Isso pode acontecer por mérito, promoções internas ou por decisão estratégica da empresa para reter talentos. Diferente do dissídio, o aumento salarial não precisa seguir uma data-base nem atender a toda uma categoria, sendo aplicado individualmente ou para certos grupos de funcionários.
Quem paga o dissídio 2025: empresa ou governo?
O dissídio salarial é pago pela empresa, e não pelo governo. Isso porque ele resulta de negociações entre sindicatos e empregadores, que definem um reajuste para os trabalhadores de determinada categoria. Quando um dissídio é aprovado, a empresa é responsável por aplicar o novo valor no salário dos funcionários. E, se houver atraso, pode ter que pagar os valores retroativamente.
O governo não interfere diretamente no pagamento do dissídio, mas tem um papel importante na regulamentação das relações trabalhistas. Ele define, por exemplo, o salário mínimo nacional, que pode influenciar negociações salariais. Além disso, se houver um impasse entre sindicatos e empresas, o caso pode ser levado à Justiça do Trabalho, que pode determinar um reajuste obrigatório.
O dissídio pode ser pago parcelado?
Sim, o dissídio pode ser pago em parcelas, mas isso depende do acordo das negociações coletivas entre o sindicato dos trabalhadores e o sindicato patronal. Em alguns casos, as partes podem definir o pagamento do reajuste salarial em parcelas ao longo de um período. Principalmente se o impacto financeiro para a empresa for grande.
No entanto, essa possibilidade precisa estar prevista na convenção coletiva ou no acordo de dissídio da categoria. Caso contrário, o pagamento do reajuste deve ser feito de uma só vez, no salário do mês em que o dissídio é aprovado, com retroativos desde a data-base.
Se a empresa não cumprir o acordo ou não pagar o valor integral no tempo certo, o trabalhador pode buscar orientação no sindicato ou recorrer à Justiça do Trabalho para garantir seus direitos.
Qual a diferença entre dissídio coletivo e individual?
A principal diferença entre dissídio coletivo e dissídio individual está na sua forma de aplicação e no número de pessoas envolvidas.
O dissídio coletivo envolve a negociação de reajustes salariais e condições de trabalho para uma categoria profissional inteira, como trabalhadores de um setor específico ou de uma região. Portanto, esse tipo de dissídio busca beneficiar um grande número de trabalhadores, e a negociação é feita em nome de toda a classe.
Já o dissídio individual ocorre quando um único trabalhador busca na Justiça do Trabalho um reajuste salarial ou o cumprimento de algum direito trabalhista. Isso pode acontecer quando há discordância entre o empregado e a empresa sobre o pagamento do dissídio coletivo ou quando o trabalhador não é beneficiado pelo acordo coletivo.
Para esclarecer de forma bem resumida, ambos visam garantir os direitos dos trabalhadores, mas a diferença está no número de pessoas envolvidas e na forma de negociação.
Dissídio vale para aposentados e pensionistas?
O dissídio salarial não se aplica diretamente a aposentados e pensionistas, já que ele está relacionado a ajustes salariais para trabalhadores ativos com vínculo empregatício. Conforme já vimos, o dissídio é uma negociação entre sindicatos e empresas para definir reajustes nos salários de categorias profissionais, o que beneficia os empregados que estão em atividade no mercado de trabalho.
No entanto, aposentados que ainda são beneficiários de previdência privada ou pública podem ter o valor de sua aposentadoria reajustado de acordo com as regras do INSS, ou da administração pública. Para aposentados do serviço público, por exemplo, reajustes podem ocorrer por conta de decisões governamentais ou por revisões legislativas, mas não dependem diretamente de dissídios.
Já os pensionistas que recebem benefícios com relação a aposentadorias, em geral, também não se beneficiam dos dissídios. Porém, eles podem ter os valores de suas pensões ajustados de acordo com as atualizações feitas no benefício do segurado.
Como consultar o dissídio da minha categoria?
Consultar o dissídio da sua categoria é um processo simples, e existem várias formas de obter essa informação. O primeiro passo é verificar se o sindicato da sua categoria já divulgou o resultado da negociação salarial. Muitos sindicatos publicam as convenções coletivas em seus sites, redes sociais ou enviam comunicados aos seus filiados, detalhando o reajuste e as condições acordadas.
Se você não encontrou informações online, uma opção é entrar em contato diretamente com o sindicato. Eles podem fornecer o documento oficial da convenção coletiva ou esclarecer dúvidas sobre o dissídio.
Outra forma é consultar o site do Ministério do Trabalho ou o Diário Oficial do seu estado ou município, onde podem ser publicadas decisões relacionadas ao dissídio. Para categorias específicas, também é possível verificar no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) se houve algum processo judicial relacionado à sua categoria.
Caso você não faça parte de um sindicato, ainda assim pode acessar essas informações, já que a convenção coletiva muitas vezes abrange todos os trabalhadores da categoria, independentemente da filiação.
O dissídio 2025 pode ser retroativo? Como funciona?
Sim, o dissídio pode ser retroativo e, aliás, isso é bastante comum. Quando se conclui uma negociação salarial após a data-base da categoria (a data em que o reajuste deveria ocorrer), o reajuste do dissídio pode se aplicar retroativamente a essa data. Isso significa que o trabalhador recebe o reajuste, mas também os valores retroativos, ou seja, o pagamento das diferenças salariais desde a data-base até o mês em que o reajuste entrou em vigor, de fato.
Por exemplo, se a definição do dissídio ocorreu em março de 2024, mas a data-base da categoria era janeiro, o reajuste valerá desde janeiro. E o trabalhador receberá a diferença referente aos 2 meses de atraso. O pagamento do valor retroativo pode ser em parcela única ou em várias, dependendo do acordo formado na convenção coletiva ou decisão judicial.
Vale lembrar que, caso a empresa não pague o valor retroativo de forma correta, o trabalhador ainda pode buscar o sindicato ou a Justiça do Trabalho para garantir seus direitos.
Como a inflação influencia no valor do dissídio 2025?
A inflação tem grande influência no valor do dissídio salarial, pois ela é um dos principais fatores que se consideram durante as negociações entre sindicatos e empregadores. O objetivo é garantir que o poder de compra dos trabalhadores não se perca por conta do aumento geral dos preços.
Quando a inflação está alta, como é o caso do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ou o INPC, os reajustes salariais acordados no dissídio tendem a ser maiores, uma vez que é necessário compensar a perda do poder aquisitivo dos trabalhadores. Por exemplo, se a inflação foi de 8% em certo ano, a negociação do reajuste salarial muitas vezes acontecerá para cobrir ao menos esse valor, garantindo que os salários não fiquem defasados.
No entanto, a negociação pode incluir também um ganho real. Ou seja, um aumento acima da inflação, dependendo da situação econômica da empresa e do setor. Assim sendo, a inflação é um dos pontos centrais para calcular o percentual de aumento do dissídio, garantindo que o salário mantenha seu valor frente ao aumento dos custos de vida.
Dissídio entra no cálculo do 13º salário e férias?
Sim, o valor do dissídio entra no cálculo do 13º salário e das férias. Isso acontece porque tanto o cálculo do 13º salário quanto das férias têm como base o salário mensal do trabalhador. E qualquer alteração salarial, como um reajuste oriundo do dissídio, deve se refletir nesses pagamentos.
Por exemplo, se houve a aprovação do dissídio salarial em certo mês e o trabalhador tiver direito a um aumento retroativo, esse aumento entrará na base de cálculo do 13º salário. O qual, aliás, é proporcional aos meses de trabalho ao longo do ano. O mesmo vale para as férias, que também levam em conta o salário vigente no período em que o trabalhador estiver gozando desse benefício.
Portanto, ao receber o pagamento do 13º ou das férias, o trabalhador terá o valor do dissídio junto. Dessa forma, esse é um direito seu, desde que o aumento tenha ocorrido dentro do período de apuração.
Quais categorias tiveram maior dissídio em 2024?
Em 2024, diversas categorias profissionais obtiveram aumentos salariais significativos. De acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC), as profissões que registraram os maiores reajustes salariais foram:
- Técnico em secretariado: aumento de 17,3%;
- Professor de Educação Infantil (4 a 6 anos): incremento de 14,6%;
- Técnico em manutenção de máquinas: reajuste de 13,6%;
- Operador de máquinas-ferramenta convencionais: elevação de 11,1%
- Mecânico de manutenção de máquinas: aumento de 11%
- Técnico de Enfermagem: crescimento de 10,6%
- Caldeireiro (Chapas de Ferro e Aço): acréscimo de 10%
- Técnico de vendas: aumento de 9,5%
- Soldador: reajuste de 9,4%
- Trabalhador volante na agricultura: elevação de 9,4%
Além disso, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que, em 2024, 86,3% das negociações salariais analisadas resultaram em aumento real, ou seja, acima da inflação.
O dissídio 2025 deve repetir esses números?
Embora seja difícil prever exatamente os percentuais de reajuste para 2025, podemos esperar algumas tendências semelhantes com base nas negociações anteriores e na situação econômica atual. As categorias que registraram maiores aumentos em 2024, como saúde, educação, tecnologia e setores industriais especializados, têm grandes chances de buscar reajustes similares em 2025, dependendo da inflação e da recuperação econômica.
O aumento real de salários, principalmente em setores com escassez de mão de obra qualificada, pode continuar. Já que muitas dessas profissões enfrentam alta demanda e dificuldades de contratação. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e outros indicadores econômicos também influenciam o valor do dissídio, e é possível que haja reajustes em linha com a inflação de 2024 e 2025.
Entretanto, dissídios em categorias mais impactadas pela crise econômica ou com negociações menos favoráveis podem ter aumentos mais modestos, ou até nenhum reajuste real. Isso porque as negociações sempre dependem de múltiplos fatores, como a saúde econômica das empresas, a pressão do mercado de trabalho e as políticas do governo.
Portanto, agora que você já sabe mais sobre o dissídio 2025, fique atento aos canais de comunicação do seu sindicato, empresa, etc. Lembrando que, caso você não receba o que é seu por direito, pode recorrer à Justiça do Trabalho.